Quem aqui não ama a estação mais quente do ano? Eu, particularmente, adoro dançar naquelas chuvinhas de final de tarde e sentir o cheiro de terra molhada que vem acompanhado delas.
Conhecido por dias mais longos no qual podemos aproveitar melhor o sol, o verão é excelente para nos refrescarmos nas cachoeiras - diga-se de passagem nas belas paisagens da Serra de São José ou na Serra do Lenheiro - e é o momento para garantir o abastecimento dos reservatórios de água, já que sempre foi a estação do ano considerada como período chuvoso.
Infelizmente é nessa época, entre dezembro e março, que acontecem os índices elevados de alagamentos e enchentes. Aqui em São João del-Rei isso já é recorrente há mais de 25 anos! A cada ano de fortes chuvas o que presenciamos é a crescente de catástrofes urbanas vividas na cidade.
Foto: Aline Margotti Lombello
É comum também surgir novos pontos de alagamentos, algo que não se via, como o do registro abaixo.
Foto: retirada das redes sociais
É raro presenciarmos algum ano que não tenha enchentes ou alagamentos, principalmente nos bairros Fábricas, Tijuco e partes da grande Colônia.
Av. Tancredo de Almeida Neves - 22/12/2020
Vídeo repostado pelo portal Mais Vertentes.
É importante pontuar que as causas podem ser:
Descarte incorreto de lixo;
Poucos bueiros para melhor escoamento da água - a infraestrutura que temos não comporta as chuvas;
Asfalto em demasia, sem planejamento!
Este último dá ênfase ao grande número de asfaltamento feito sem a real necessidade. Por exemplo: a Av. Tiradentes sendo asfaltada duas vezes em menos de um mês. É visível em partes da cidade o asfalto ser maior que o nível dos passeios. Falta planejamento por parte dos gestores públicos.
Além de algumas causas pontuadas, devemos lembrar que com o lixo jogado indevidamente fora, abrimos espaço para:
Animais peçonhentos como aranhas, escorpiões, baratas e ratos para adentrar nossas casas;
Proliferação do mosquito Aedes aegypti (dengue);
Contração das doenças leptospirose, malária e micose, por exemplo;
Fauna, flora e solo podem ser diretamente impactados;
Destruição das vias públicas;
Gasto de grande quantidade de água potável para limpeza das ruas e casas atingidas pelas enchentes;
O trauma vivido por aquelas pessoas que tiveram seus lares inundados.
Sem contar o dinheiro dos cofres públicos injetado para deixar a cidade novamente “limpa”, verba do nosso bolso que poderia ser usada para evitar todos esses danos ao município e à população são joanense.
Foto: retirada das redes sociais.
Mais que apontar os motivos e as consequências sobre o que vivemos há décadas, é ideal direcionar as soluções para que juntos e juntas possamos resolver este problema.
Lugar de lixo é na lixeira!
Caso não encontre nenhuma lixeira pelo seu trajeto na rua, guarde com você o seu lixo até chegar em casa para fazer o descarte correto! Coloque-o no bolso ou na mochila. Se não tiver lugar para guardar, descarte em algum estabelecimento .
Conscientize o próximo!
Não adianta eu guardar uma informação tão valiosa não só para São João del Rei como para o mundo. Primeiro temos que fazer nossa parte, depois passar o aprendizado adiante. Uma cidade mais limpa depende da ação conjunta das pessoas!
Cobrar do poder público.
A população tem sua parcela de responsabilidade, mas a prefeitura como um todo deve ser cobrada para:
Educar a sociedade para ser ambientalmente responsável;
Rever a necessidade de asfaltamento e fazê-los de forma planejada;
Planejar melhor a infraestrutura da cidade;
Mais bocas de lobo e bueiros inteligentes;
Replantio das matas ciliares, por exemplo.
Dentre outras medidas urgentes para que tenhamos outra realidade. Para saber mais clique aqui.
Ainda estamos no mês de fevereiro e as chances são grandes de bueiros entupidos, e ruas lotadas de água com lixo a boiar. Começar a fazer sua parte a partir de agora é extremamente importante. Vamos juntos e juntas?!
Quem escreve: @mmonique_silvaa
Monique é uma das idealizadoras e coordenadoras do SJDR Lixo Zero. É atriz e simpatizante do ativismo ambiental e da moda sustentável, empreendedora no @amordebrechomg e social media.